Ups!!!
E se as primeiras corridas até tiveram interesse jornalístico e demonstravam alguma inovação dos assessores de imagem do nosso primeiro-ministro (era a figura de um governante com bons ares, elegante, em boa forma, preocupado com a sua saúde), a mesma cena repetida tantas vezes começa a ser uma não-notícia e vai-se revelando um contra para José Sócrates.
Desde logo, porque o jogging do primeiro-ministro de Portugal parece ser a única coisa que sobra das visitas que faz ao estrangeiro. Depois, porque em Lisboa, onde reside e à excepção da mini-maratona anual, nenhum vizinho de José Sócrates o viu alguma vez a correr. Na capital portuguesa, José Sócrates prefere o ginásio que mandou instalar na sua residência oficial. Finalmente, isto começa a tocar os limites da má educação. Por meia hora de corrida, fazer com que as autoridades dos países que recebem o nosso primeiro-ministro fechem os seus locais mais históricos, as suas praças e ruas mais movimentadas, com os consequentes constrangimentos para os cidadãos desses países e custos paras os respectivos erários públicos, é como fazer os donos das casas que nos recebem a dormir no sofá porque amavelmente nos ofereceram o quarto principal da residência e que normalmente ocupam. Dizem as regras da boa cortesia que, se formos os donos da casa, devemos oferecer o nosso quarto principal; mas as mesmas regras da boa cortesia também dizem que, se formos os convidados, devemos agradecer a oferta e passar a noite no sofá. Mesmo sabendo que o dia seguinte nos vais reservar uma valente dor de costas.